Sunday, November 4, 2012

Metrópole

Em Sol Maior, de todas as canções em português gravadas, esta é provavelmente a mais antiga. Ela nasceu na garagem da casa de meu avô paterno em 2000 ou 2001, não me recordo bem. Estava eu e meu irmão sentados, ele com o violão. Ele possuía um dicionário de sinônimos e antônimos, que o ajudava a escolher as palavras – eclosão deve ter sido uma delas. Em sua forma original, estava incompleta, por ser curta demais.

Metrópole (versão original) – Rafael Lacerda

Sobre os trilhos, flores pálidas
O ar tão cinza, os olhos vermelhos.
Ruídos histéricos, passos imperfeitos.
A eclosão da cidade não para.

Posso até considerar que participei de sua criação, mais como um apoio ou acompanhamento, porém. Minha maior contribuição ocorreu mui posteriormente, em 2010. Houve várias tentativas minhas (fracassadas) de concluí-la, e imaginei vários arranjos.

Versos adicionais – Vinicius Lacerda

(Sobre os trilhos) desta estrada
De mãos vazias, à procura de paz.
Me sinto incompleto, perdido na multidão.
Aqui não há lugar pra descansar e me esquecer de tudo.

Cores frias...

Pelo título, a intenção seria a de discorrer sobre a rotina acelerada e estressante das grandes cidades e o paradoxo do isolamento em um aglomerado urbano (perdido na multidão). A palavra eclosão significa, a princípio, “a saída do animal do ovo ou do invólucro em que se realizou uma metamorfose”. Pode significar também “desenvolvimento ao nascer” e sua aplicação aqui pode ser entendida como em sentido figurado.

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